Pedro, o vermelho

Às vezes,

me sinto só no mundo,

como se não pertencesse

a esta grei que prevalece.

Me sinto Pedro, o Vermelho:

aprendi a viver

igual a todos os outros,

apenas olhando como se faz.

Também quero evoluir do macaco,

quero ser o humano

que, na definição de outros,

é superior aos macacos.

E, neste processo,

a observação e a consciência

são minhas únicas aliadas,

visto que todos que entenderam

o mundo como um todo,

do mundo já não fazem parte.

A filosofia e a psicologia

são besteiras para estes macacos de circo,

mas para mim,

são as únicas armas

que possuo para calar

as vozes que trazem

as inquietudes da noite

quando a cabeça encosta no travesseiro.