Meu niilismo me liberta

Eu não procuro por nada,

eu não quero nada,

quem traça objetivos

passa reto pelas oportunidades:

não enxerga nada ao seu redor,

divide o mundo

entre o sim e não,

entre bem e mal,

entre o errado e o certo.

Eu não sigo rastros,

eu sigo o meu caminho,

meio torto

  • é verdade -

mas eu chego!

E a cada passo que dou

nessa metamorfose ambulante,

o mundo sai do lugar:

não vou mais

para onde ia,

agora vou para lá,

depois, depois eu resolvo.

Para quem acredita

que a vida não tenha sentido,

que no fim ela

simplesmente

acaba,

o destino não importa.

O que importa é o caminho.

Sem sonhos a alcançar,

sem rumo na vida,

eu sigo feliz.

Ao contrário do que parece,

esse caminho não leva à tristeza,

não,

descobri, no meio dele,

que me leva à liberdade.