Ao mar
a André Peruzzo
Vento que vem,
forte sopro de vida:
anima
o tecido morto
das roupas, das velas,
da bandeira no mastro;
permite
livrar-me dos remos,
dogmáticos e morais
que me guiam
para terras já descobertas
- que nada acrescentam -
e populadas por
mesquinhos e interesseiros;
impulsiona
a nau da vivência
pelo profundo oceano
de possibilidades e acasos,
pelo vasto mar do tempo,
a terras de novas
sensações e experiências.