Eis de onde sai, Inspiração?

Um papel perdido,

uma fatia de sulfite,

uma bolinha jogada.

Corro, escondo,

porque eu anoto

e pode não estar pronto.

A vergonha da nudez

de palavras cruas

sem alegorias e figuras.

Eu guardo bem,

posso nunca mais recordar.

Naquela tinta no papel

descarregada através de minhas mãos:

angústia, dúvidas ou receios.

Eis de onde sai, Inspiração?