— Em alto mar

Como publicar um livro de poesia independente Passo a passo

Publicado em 07/12/2020 por

O texto a seguir é uma transcrição do vídeo

Este é mais um Em Alto Mar, o nosso bloco aqui no canal Um barco no mar, onde a gente fala sobre a criação poética, escrita de livros de poesia, e claro, todo esse universo que envolve a escrita de poemas e poesias.

No vídeo de hoje, eu quero falar sobre o processo de auto publicação de um livro, que envolve o processo como auto publicar um livro, e para isso vou usar como exemplo o meu novo livro, que lancei recentemente, agora no final de outubro, chamado ao antropoceno brevíssimo aceno ou pot-pourri pro povo rir.

É um livro com o título longo, mas os poemas são curtinhos. Todos eles muito engraçados e satíricos. A ideia é que sejam poemas humorístico, mesmo porque eles foram escritos em 2020 para 2020 como uma homenagem, uma espécie de alívio cômico. No final do vídeo, eu vou declamar alguns poemas para vocês terem uma noção de como são os poemas.

Outra coisa existem algumas etapas sobre as quais eu vou falar. Cada uma merece um vídeo, porque eles são assuntos extensos, mas eu vou botar aqui a lista de cada tema, assim você consegue pular para o tema que mais interessa, que você quer saber primeiro.

  1. Criação & Concepção do livro
  2. Leitura crítica do original
  3. Preparação do original
  4. Revisão do livro
  5. Projeto Gráfico (Capa & Diagramação)
  6. Publicação
  7. Divulgação
  8. Leitura de poemas do livro

Criação & Concepção do livro

Aparentemente, criação e concepção parecem ser a mesma coisa, mas na minha cabeça não é. Como estou usando meu exemplo, eu tenho direito de dar os nomes que eu quiser (risos). E aí vocês, no processo criativo de vocês, por favor, deem os nomes que vocês acharem melhor. Mas é importante a gente ter claro essas etapas da criação para que a gente possa nos entender melhor e tirar o máximo de nós mesmos.

A criação é um processo que está sempre acontecendo, sempre tem um livro, sempre escrevendo, sempre produzindo. E os poemas, eles são os mais sortidos possíveis. Poema sobre amor, sobre a ansiedade, poema sobre a vida, o universo e tudo mais. Mas quando a gente vai fazer a concepção de um livro, a gente precisa fechar uma ideia.

Então, no caso do ao antropoceno brevíssimo aceno, a ideia fica nessa primeira parte. O Antropoceno é essa fase da terra onde o homem começa a intervir demais. A gente tem mezoceno, não sei quantos milhões de anos atrás, é uma das idades geológicas da terra. E hoje em dia, os políticos — os políticos deveriam estar discutindo mais sobre outro antropoceno, mas não estão —, digo, os cientistas, os cientistas da biologia, da filosofia, da antropologia, todos eles estão discutindo muito sobre essa nova etapa da Terra, que teria começado mais ou menos em 1800. Ou seja, no século passado. Aliás, há dois séculos, mais ou menos já, né? Onde o homem começou a destruir tanto a Terra, a mexer tanto no como a Terra funciona através do… E isso se deu devido ao capitalismo que está explodindo, as explorações, ao ritmo frenético do progresso que está fazendo com que a temperatura do clima suba: o desmatamento e todos esses problemas em decorrência da ação do homem que, se tivessem feito numa velocidade menor, talvez não impactasse tanto, mas, como está sendo tão rápido, está tendo alguns efeitos aí que estão quase irreversíveis, chegando a pontos até da Terra virar inabitável.

Então, o livro entra nesse conceito, em que nós estamos tratando de problemas atuais, problemas que estão aí sendo discutido ultimamente. O livro vai abordar o racismo. Vai abordar o capitalismo tardio. Vai abordar cultura, relacionamentos, falta de afeto, memes, redes sociais. Vai abordar questões políticas, a democracia. Todas essas discussões aí que a gente está tendo na atualidade vão estar dentro do livro. Esse é mais ou menos o conceito, e depois tem a questão do “pot-pourri pro povo rir”, que pega também essa questão satírica, que é mais da forma.

Mas do ponto de vista da escrita, a gente sempre precisa e, por isso foi importante para mim, quando a gente define o cerne do livro, é mais fácil decidir quais poemas entram e quais poemas não entram.

A gente define uma forma ou define um tema. E, a partir desse tema ou forma, enfim, o conceito do livro, os poemas são selecionados, eles devem girar em torno disso. É meio que a ideia por trás de escolher esse conceito é que o conjunto dos poemas tenha mais valor, seja maior, do que a soma do todo. Ou seja, se lermos todos os poemas individualmente, não é e não será tão bom, não vai ser tão interessante, quanto à concepção dentro do livro. Isso é que vai fazer um livro bom.

Caso contrário, você criou uma antologia poética, um conjunto de poemas apenas. Vai ter uma noção de como um poeta funciona, como um poeta trabalha, mas a ideia é que a gente eleve nossa própria poesia, que a gente eleve nosso próprio, no nosso próprio ardor poético, através de uma concepção que vem através de um tema, que vem através de de uma forma.

Para fugir um pouco e se pensar outros livros, vamos supor que você queira fazer um livro de pode sonetos. Então, é preciso escrever sonetos. Os sonetos podem ser sobre os mais diversos assuntos. Mas o que está unindo aquele livro — o porque aquele poema foi selecionado — é o fato de ser um soneto.

A mesma coisa com livros de Haikais, que costumam falar sobre a natureza, fala sobre a plenitude, a contemplação, mas em geral estão ali por ser um haikai. Então, um livro de haikais contém haikais.

Agora tu pode ter livros que tenham haikais e poemas estensos, com e sem métrica. Então a forma pode não variar, mas o que os une é o tema “amor”, é o tema “loucura”, enfim, o tema vai ser definido por cada um. Os dois grandes tópicos que formam um livro vão ser: tema e forma, mas ao mesmo tempo vocês podem trabalhar os dois.

Leitura crítica do original

Bom, então, você concebeu o livro, criou vários poemas. Juntou e organizou dentro de uma concepção, agora vai precisar pegar mais uma opinião. É igual quando a gente vai ao médico, e o médico fala que precisa de cirurgia. A gente não fica nessa, beleza. Não. Vamos pegar mais uma opinião, vai ver um outro médico, porque a cirugia é um prática muito invasiva, grande, não é um evento na nossa vida. Da mesma forma é a publicação de um livro. A publicação do livro dentro da carreira de um escritor é um marco. Então, a gente precisa ter um pouco de cuidado para saber o que a gente está publicando, para ter uma noção se está bom ou ruim. Adiantar o que as pessoas vão achar o quanto antes. Para isso a gente faz uma leitura crítica.

A leitura crítica, ela se dá a partir de, principalmente, eu — e aí eu recomendo fazer uma leitura crítica com alguém que já trabalha no mercado editorial, com alguém que gosta muito de poesia e que gosta de poesia similar a que tudo escreve.

Então, se você gosta de escrever as sonetos, encontre pessoas que escrevem sonetos e que tem um trabalho editorial legal, para que exista essa afinidade e ela possa fazer uma avaliação focada, interessante. Se você escreve haikais, é legal pegar uma pessoa que tenha um gosto por leitura de haicais. Não precisa necessariamente escrever haikais, mas que tenha um gosto de leitura de haikais, porque essa esse gosto, ele precisa ser perpetuado na tua escrita também. Então, quanto mais honesta for, quanto mais, quanto mais risco, quanto mais em risco, em xeque, a gente põe a nossa própria escrita, ou seja, se a gente poder pegar as pessoas mais qualificadas para poder ler o nosso livro, talvez maior seja o choque, maior seja o impacto negativo da leitura. Mas, ao mesmo tempo, vai ser o nosso maior aprendizado. Vai ser o nosso maior ponto de contato e a nossa maior chance de fazer uma produção melhor, de avançar a nossa escrita.

Sei a gente querer ficar só ouvindo elogios, ter um certo orgulho, a gente não avança na nossa escrita. Vamos ficar empacado na nossa mesmice, no nosso eu. E não é esse o objetivo. Acho que objetivo é realmente ouvir as críticas negativas, e aí para cada uma delas a gente avalia se faz sentido, se não faz sentido.

A leitura crítica, ela não é uma leitura definitiva. Se você derem uma leitura crítica para oito pessoas, vão ter oito leituras diferentes. Então, não dá para assim: não importa para quem eu dera leitura, o trabalho será feito. É diferente de encanador que vai trocar o cano, que é um serviço que vai ficar praticamente igual independente de quem for o encanador que trocar; porque não tem muito que ser feito de diferente. Talvez no acabamento, uma coisa diferente que ele vai querer fazer. Mas em geral é que o serviço vai ser praticamente o mesmo. Na leitura crítica e na preparação, que é a próxima etapa, isso muda um pouco. Então vocês precisam encontrar, e esse talvez seja um trabalho muito difícil para a gente, que é independente e está começando, não temos muito esse contato com o meio editorial, encontrar alguém de confiança.

Eu usei o site da Escrevedeira, que é comandado pela Noemi , que é bem reconhecida dentro do mercado editorial, tem bastante contatos, e ela me indicou uma pessoa legal para fazer a leitura crítica do meu original. E aí vocês podem usar tanto a Escrevedeira, quanto outros. Existem outras agências, outros, digamos, fornecedores de leitura crítica. Mas é importante fazer a leitura crítica para vocês terem um cheiro de como as pessoas vão receber o original; e é legal porque é alguém que vai entender de poesia que vai ler.

Qual o problema da gente fazer isso com amigos ou pessoas próximas? É que elas vão estar enviesada, ou seja, provavelmente eles vão ter uma dificuldade maior de lançar uma crítica negativa e provavelmente elas também vão concordar contigo em muitas coisas. Vamos supor que tem um, um amigo poeta que também está na batalha e vai ler teu original. De repente, vocês têm um pensamento muito próximo. E aí vocês ficaram sem um feedback para pensar “Putz, vendo por este ângulo eu nunca havia pensado”. Então a ideia é que realmente vocês tenham maior contato possível.

Preparação do original

A preparação ela vai ser diferente da leitura crítica. A leitura crítica vai te dar um parecer. “Olha, gostei deste verso”, “não gostei desse verso”, “achei que essa palavra está legal, essa palavra não está legal”. A preparação vai fazer esse trabalho ainda mais forte, ou seja, vai dizer esse poema não se encaixa no livro, esse poema poderia estar no final. Acho que o poema que abre não está bom. O poema que fecha não está legal.

Eu não utilizei para fazer o “ao antropoceno” uma preparação. Eu tive muita dificuldade de achar alguém que fizesse uma preparação e o feedback que eu tive da leitura crítica foi bem interessante. Então eu comprei o risco do livro não ser o melhor possível.

Se tivessem feito uma preparação, poderia ser que ele ficasse ainda melhor, mas eu achei que já estava bom. A leitura crítica foi ter um feedback interessante. Tiveram várias coisas para melhorar, claro, mudei bastante coisa depois da leitura crítica, mas não achei que a preparação fosse realmente necessária para o meu livro.

Agora, se fosse um livro de ficção, eu não, isso é uma meta que eu tenho, independente da leitura crítica, eu não vou publicar um livro de ficção sem uma preparação. Mas eu acho que no caso da poesia, desse livro, eu estava muito seguro do que estava escrevendo. A leitura crítica também foi bem positiva, nesse ponto, como estava muito seguro, acabei optando por não fazer, até para baratear um pouco o processo. O que eu fiz, então, ao invés da preparação, que iria mexer nesse nessa ordem dos poemas, nos versos e as sugestões realmente grandes, estruturais da obra, eu investi numa revisão.

Revisão do livro

A revisão ela acaba sendo “simplesmente” uma revisão de português, gramatical, de ortografia, de sons que se repetem, de repente, troca de sinais, aspas para ficarem aquelas bonitas, garantem que hífens viram travessões nos lugares corretos, etc.

Então, acaba que a revisão é um trabalho bem importante, mas ela não vai mexer, não vai dar um parecer de gostei ou não gostei, está bom ou não está bom, mexe aqui ou ali. Ele ela vai simplesmente olhar e dizer se a virgula está no lugar errado, acho que você quis dizer tal coisa, mas a vírgula aqui está dizendo outra coisa; então, basicamente é uma etapa realmente super importante. Afinal, a gente não quer publicar um livro que está com erros de português, porque isso diminui o nosso trabalho. Então é importante, mas ao mesmo tempo é fundamental, mas ao mesmo tempo não tem o viés desse olhar crítico sobre a obra. Ela tem um olhar técnico sobre a obra, questões de escrita.

Pode acontecer também que durante a revisão, se encontre alguns problemas de regência. E aí, como uso métrica, alguns problemas de regência vão exigir, reescrever versos inteiros ou talvez até trechos maiores. Porque, por exemplo, a gente, quando você assiste, pode “assistir uma pessoa” ou pode “assistir a um filme”; então assistir uma pessoa e assistir a um filme. Nesse caso, como eu, usava métrica, dependendo da regência — às vezes não é um “a”, às vezes é um “de” —, então é preciso mudar algumas palavras.

Isso vai fazer com que a métrica exceda o número de sílabas que aquele verso poderia ter. E aí tu tem que escolher: ou deixar gramaticalmente errado ou gramaticalmente gramaticalmente certo. Se deixar gramaticalmente certo, talvez tenha que mexer naquele verso para tentar diminuiu o número de sílabas, trocando um verbo, trocando uma outra palavra por um sinônimo, ou de repente reescrevero poema todo aumentando em um ou dois o número de sílabas poéticas.

Então, a revisão pode trazer alguma mudança maior dependendo da métrica. Se você não usa métrica, talvez não tenha tanta tanta mudança, não. A não ser que você tenha um poema visual. Num poema visual aí tenha que rearranjar alguma coisa se tiver algum erro gramatical. Mas em geral, acho que a revisão é mais tranquila. Ainda assim, a gente erra. Não confie somente no Word. Peguem um trabalho de revisão.

Projeto Gráfico (Capa & Diagramação)

Bom, o livre tão já foi de um monte de poemas perdidos espalhados pelos nossos arquivos, pegamos um tema, pegamos uma forma, pegamos algum assunto e escolhemos poemas que circulem esse assunto para montar o livro.

Depois de ter o livro mais ou menos pensado, organizado e com os poemas, do nosso ponto de vista, com uma versão inicial concluída, mandamos para leitura crítica. Leitura crítica deu um retorno, mexemos no poema, atualizamos de acordo com a leitura, discutimos, temos várias discussões em cima do que pode e não pode, do que vai ser e o que não vai ser, do que eu quero e do que não quero, então posso mandar para uma preparação. No caso do “ao antropoceno” não mandei, mas podemos mandar para uma preparação, da preparação enviamos para uma revisão, onde entra a questão de português, de ajustes, gramática, regência verbal e hífens, pontos finais e virgulas, principalmente.

Depois da revisão, nós precisamos pensar em um projeto gráfico. O projeto gráfico, ele envolve principalmente dois itens que são a capa e a diagramação. A capa precisa condizer com vários critérios, tanto os critérios mercadológicos, ou seja, a capa de ser chamativa para o público do teu livro. Então, se vocês pegarem vários livros de poesia de várias editoras diferentes, vocês vão ver que existem certos elementos que se repete. São capas sem muitos elementos visuais. São capas, às vezes só com texto, muito minimalistas.

Cada editora, claro, vai ter a sua linha e a sua forma de fazer. Mas, em geral, os livros de poesia não são livros onde a capa não são muito chamativas. São os mais discretos, mas, mesmo assim, são chamam a atenção. São livros que tem uma capa ao meu ver um pouco mais artística, porque o público de poesia talvez volorize mais o artístico. Mas aí vocês precisam se atentar a esses detalhes.

Quanto a diagramação vocês têm que pensar o que vai ser melhor pelo seu livro. Tem livros, por exemplo, que colocam um poema seguido do outro. Se você pegar, por exemplo, Toda a poesia do Paulo Leminski, publicado pela Companhia das Letras, tem um monte de poema, um seguido do outro. E aí tem um símbolo ali que separa os poemas. Outros livros de poesia, os poemas são individuais. Cada página contém um poema, tenha ele duas linhas, tenha ele cem linhas. Cada poema vai ser dividido por uma página.

Alguns poemas têm título; outros não tem título. Como que faz essa organização dentro da página? Existem serviços, vocês podem contratar esses serviços. No caso do “ao antropoceno” eu contratei a capa, eu vou deixar o Instagram do capista aqui para vocês entrarem em contato.

Nós vamos ter com os capistas os mesmos problemas que a gente tem com preparadores e leitores críticos. Se vocês explicarem o livro para cinco capitas, são cinco capas diferentes que vão surgir. Então não tem uma resposta certa para dizer qual é a melhor capa, qual é a capa certa. Vocês também tem que usar um pouco o feeling de vocês. Como que você podem reduzir os problemas na escolha?

Encontrar alguém que faça uma capa que seja dentro dos padrões mercadológicos, ou seja, que vai chamar a atenção do público de poesia, que vai estar a fim do tema, que vocês estão vendo que tenha uma certa experiência, que seja alguém que entende, que saiba o que está fazendo, esse é o primeiro ponto. Outro ponto é vocês também encontrarem, pegar um portifólio desse capista e verem se vocês gostam do trabalho desse escapista, porque não adianta você ter um livro que a capa pode ser tecnicamente correta, mas que vocês não têm um certo, uma certa relação de amor com essa capa.

A capa precisa nos agradar também. Tem que agradar o leitor, e isso a gente vai ver pelos critérios mercadológicos, mas tem que agradar o artista também. Então é preciso dar uma olhada no portfolio, aem lguns livros que ele publicou, ela publicou; então o capista precisa ter uma certa afinidade contigo, e aí basicamente é confiar também o trabalho do capista.

Bom ou a saída do projeto gráfico vai ser geralmente um PDF ou EPUB, ou os dois. O PDF pode ser tanto o PDF pronto para a impressão, que vai ser diretamente enviado para uma gráfica para impressão, ou o PDF vai ser o ebook em si. Também pode exportar um EPUB e o EPUB vai ser o ebook do formato que a maioria dos leitores, os leitores leem. Kobo, Books, a maioria dos leitores digitais, com exceção do Kindle, que precisa de um arquivo específico, que é o MOBI e se consegue fazer isso convertendo o EPUB. Para o EPUB tem várias questões técnicas, pode ser fluido ou pode ser com tamanho fixo. E aí vocês isso não vale uma discussão aqui, podemos nos aprofundar em um outro vídeo. Mas a questão é que, dependendo do projeto gráfico, se for para impressão ou se for para livro digital, são arquivos diferentes.

Publicação do livro

O PDF da impressão precisa ter uma qualidade muito maior. E precisa ter as marcas da sangria, que é onde a máquina vai cortar. Enfim, todos essas coisas mais técnicas, se você não se sentem confortáveis, peça para o profissional. Se não façam vocês mesmos esse processo.

A impressão também não quero discutir aqui nesse vídeo, mas podemos falar depois alguns outros sites que fazem impressão sob demanda e etc. E aí a gente pode discutir um outro outro vídeo só sobre a publicação.

Vamos supor que você tenha os arquivos. Eu, no caso do “ao antropoceno” não subiu na Amazon, não quero vender pela Amazon por uma questão política e porque isso tem muito a ver com o tema do livro, já que a Amazon é uma das empresas, é um dos maiores exemplos de capitalismo tardio. Então eu vendo exclusivamente através do meu site. Apenas está disponível no gustavodutra.com. Vocês podem pagar via PagSeguro. Pagou. Caiu o dinheiro do PagSeguro, você recebe um e-mail com o link para baixar o PDF, MOBI e EPUB, o que é o arquivo para outros leitores digitais, como o Lev, que é o da Saraiva. Enfim, não lembro todos os nomes, mas todos os outros leitores que não são Kindle leem EPUB.

Divulgação

Depois da publicação vem a divulgação, que também dá muitos vídeos para se falar. Mas em geral, o processo como um todo é esse. O processo, vamos dizer assim, editorial. A partir da publicação, da geração dos arquivos, de PDF, MOBI e EPUB, a partir daí, aí entram outras outras questões. Não são mais questões editoriais, entra marketing, entra vendas, entra questões de mercado, posicionamento do autor e outras questões que a gente pode discutir mais para frente. Mas, em geral, acho que são essas as etapas.

Resumo

Então, recapitulando: a gente pega um monte de poemas; selecione um tema ou forma; seleção os poemas em volta desse tema, faz umas leituras críticas, prepara original, ou seja, tenta encontrar problemas de lógica, problemas relacionados à ordem dos poemas; depois, faz uma revisão para garantir que o português está correto; depois, capa e projeto editorial; e, por último, a produção dos arquivos finais, sejam para impressão, seja a PDF do ebook e os outros formatos.

No caso do “ao antropoceno”, eu expliquei aqui, teve leitura crítica, teve revisão, teve capa, mas não terá o projeto gráfico do miolo, fui eu quem fez, e foi apenas publicado em arquivos digitais. Somente publicado em ebook. E foi isso. E agora eu vou ler alguns poemas que eu acho legais pra vocês terem uma noção do tema do livro.

Cada poema tem uma hashtag. Às vezes, a hashtag se repete. Então o meu livro, na verdade, se pegarem o sumário, vão ver que existem a lista que simula um feed de redes sociais.

Arte sobre o livro ao antropoceno brevíssimo aceno ou um pot-pourri pro povo rir, de Gustavo Dutra

Leia um trecho do livro

Acho que o que eu tinha para falar era mais ou menos isso. O processo foi esse, espero que isso ajude vocês na produção dos livros de vocês. Deixem nos comentários abaixo caso vocês tenham dúvida em algum desses processos ou um outro processo que eu não tenha abordado e sobre quais assuntos vocês querem ver os próximos vídeos. Eu vou tentar compilar algumas informações para a gente trazer esse assunto para discussão.

Bom era isso, um abraço que até a próxima.