Poemas que deram ótimas músicas Poesia cantada
Publicado em 18/11/2018 por Gustavo Dutra
No vídeo anterior, nós declamamos três letras de músicas de Luiz Tatit e chegamos a conclusão que algumas letras de música se sustentam, sim, como poemas quando excluída a melodia.
No meu ponto de vista, todo poema é uma música em potencial, porque dá uma estrutura sólida para compor junto da melodia, visto que o [ritmo nos poemas]({{ relref “um-barco-ao-mar/em-alto-mar/letra-de-musica-e-poema-luiz-tatit.md” >}}) é importantíssimo. Dentro do universo de poemas que já viraram música, cito alguns:
- Motivo - Cecília Meirelles / Fagner
- e agora, José? - Carlos Drummond de Andrade / Paulo Diniz
- Rosa de Hiroshima - Vinicius de Morais / Secos e Molhados
- Azulão - Manuel Bandeira / Nara Leão e Jaime Olliver
- Funeral de um Lavrador - João Cabral de Melo Neto / Chico Buarque
- Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé de Ariana para Dionísio - Hilda Hilst / Zecao Baleiro
Outras músicas, não chegaram a ser feitas em cima de poemas, mas foram inspiradas por eles:
- E então que quereis? e Corsário - João Bosco / Maiakovski
- O Malandro - Chico Buarque / Maiakovski e Kurt Weill
- O Amor - Caetano Veloso / Maiakovski, onde é possível analisar a adaptação de Caetano.
Os concretistas também tiveram uma ligação muito forte com jingles feitos à partir das inúmeros possibilidades do aspecto verbo-voco-visual. Exemplos:
- Jingle Beba Coca-Cola - Décio Pignatari
- Revolver - Walter Franco (1978)
Se a letra de música pode ser um poema, um poema pode, sim, vir a ser uma letra de música. Mas mais importante do que entrar nessa discussão, é aproveitar tanto as músicas quanto as poesias. Enquanto eles discutem, estamos aqui navegando em alto mar.